Estudante de medicina: como é a sua vida e sua rotina de atividades

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Mais que uma profissão, um dom. A vida do estudante de medicina, assim como a do profissional, é cheia de desafios. Apesar de uma carreira promissora, é uma área para quem realmente tem vocação devido às exigências e o alto nível de dedicação.

Estima-se que mais de 60 mil brasileiros se aventuram por estes caminhos, principalmente, em países vizinhos, como Paraguai, Argentina e Bolívia. O número equivale a mais de um terço do total de alunos de Medicina de todo o Brasil.

Já aqui no país,  atualmente o número de médicos é quase o dobro do que havia no começo do século: em 2000 eram 230 mil, em 2020 chegaram a 500 mil profissionais, é o que mostra o estudo Demografia Médica no Brasil 2020, resultado de uma colaboração entre o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Universidade de São Paulo (USP).

Tamanha dedicação faz com que as expectativas em relação ao curso sejam altas desde o início da graduação, o que se confirma ao longo dos anos com as futuras conquistas profissionais que estão relacionadas também à satisfação pela prevenção e cuidado à vida.

Ao longo do texto vamos elencar os principais pontos dessa carreira e dessa rotina dos estudantes de medicina que são desafiadoras desde o início.

Qual o perfil de um estudante de medicina?

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Uma rotina exaustiva faz parte da vida do estudante desde o primeiro ano da graduação que tem no calendário aulas teóricas e práticas, além de participação em congressos, palestras e outros eventos.

Faz parte do projeto e da grade curricular da instituição colocar o aluno como o protagonista do conhecimento a fim de dar a ele autonomia desde o início do curso.

Entre as atividades, mesclam-se aulas teóricas em sala de aula que estão conectadas com atividades de laboratório, práticas médicas, residência hospitalar e seminários que contemplam as mais diversas áreas da profissão.

As disciplinas da carga horária normal possuem uma programação dinâmica e flexível a cada semana. Esse conjunto de atividades garante uma rotina de estudos que obriga o estudante a se dedicar em tempo integral.

Como é a rotina de estudos e atividades de um estudante de medicina?

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Intensa e de total responsabilidade, o estudante de medicina deve ser o protagonista do seu próprio formato de estudo, pois na rotina inclui atividades como provas, aulas teóricas e práticas,  além de dedicação em período extracurricular.

Os dados apontam que a proporção de médicos brasileiros é superior à do Japão e se aproxima a dos EUA – 2,6, Canadá – 2,7, e Reino Unido – 2,7. E, ainda, os médicos, em sua maioria, estão concentrados em grandes centros urbanos.

Segundo mostra o estudo, em estados das regiões Sudeste e Sul e em cidades mais desenvolvidas a proporção é muito maior do que a razão de 3,5 médicos por mil habitantes, que é a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Nas capitais brasileiras, essa média fica em 5,65 médicos por grupo de mil habitantes, sendo que as maiores concentrações foram registradas em Vitória (13,71), Florianópolis (10,68) e Porto Alegre (9,94).

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Aulas teóricas e práticas na universidade

Como dissemos, desde o início do curso, os estudantes têm contato com parte prática aliada à teoria e são colocados como centro do aprendizado. São aulas realizadas em laboratórios, seminários e tutoriais com supervisão dos professores para que eles tenham contato com a realidade da carreira desde o início.

A depender da instituição – sendo pública ou particular – a carga horária normal é flexibilizada de acordo com o andamento do curso e a sua necessidade de ampliar o conhecimento. A dinâmica do curso exige uma intensa dedicação de estudos integral.

Rotina de estudos em casa

A intensa rotina de estudos na faculdade é complementada pela rotina em casa. O estudante de medicina tem que se dedicar praticamente 24h por dia aos estudos da área.

Provas e exercícios – práticos e teóricos – são constantes na grade do curso, pois os conteúdos exigem não só a compreensão de fatos e conceitos, mas a memorização de diversos pontos-chaves.

Assim, a média em que o estudante de medicina deve se dedicar aos estudos, claro que de forma personalizada, chega a 12h por dia. Por isso, manter um cronograma organizado pode ser uma tarefa aliada do estudante.

Atividades extracurriculares, como congressos e palestras

Atividades extracurriculares e participações em congressos e palestras podem agregar valor e conhecimento ao currículo do estudante uma vez que, além do conteúdo, o estudante tem a oportunidade de começar a fazer o networking.

Conhecer as práticas mais atuais, a literatura mais utilizada e os tratamentos mais inovadores pode ser realizado com o contato de outros especialistas que se encontram nestes eventos, como congressos e palestras.

Outro tipo de atividade comum aos estudantes de medicina é a participação em tarefas comunitárias, feiras de saúde e ações voltadas a pessoas em situação de vulnerabilidade social, além de se engajar em semanas de prevenção, entre outras.

Atividades de extensão

Interagir com a comunidade por meio de trabalhos comunitários também rendem bastante conhecimento na área médica. É no seio de famílias menos favorecidas que, muitas vezes, as práticas da medicina são válidas.

O estudante de Medicina pode, portanto, se envolver com a sociedade e com a comunidade do entorno da instituição que, por sua vez, muitas vezes promovem ações comunitárias em prol dessa população.

Como é a vida de um estudante de medicina?

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Intensidade define a vida de um estudante de medicina que deve ter como foco principal os estudos. De forma geral, ele deve se dedicar cerca de 8h a 12h por dia às atividades da faculdade e, ainda, outras demais horas à aplicação do aprendizado e o reforço do conhecimento em casa.

Na prática, é possível afirmar que o graduando em medicina terá contato com uma carga horária de, no mínimo, 7.200 horas  determinadas pelo Ministério da Educação (MEC). Algumas instituições podem chegar a quase 10 mil horas.

Qual é a carga horária da faculdade de medicina?

O Ministério da Educação (MEC) determina uma carga horária de, no mínimo, 7200 horas, entre aulas práticas e teóricas, entretanto, algumas instituições incluem programas específicos em sua grade curricular, elevando para até quase 10 mil horas.

A duração do curso também é uma premissa determinada pelo MEC, ou seja, o estudante de medicina terá um conteúdo intenso durante seis anos da graduação, divididos em período de estudos, inclusive aos sábados.

O curso é dividido, portanto, em etapas:

  • Ciclos do curso: Básico (1o e 2o ano ― disciplinas introdutórias e teóricas), Clínico (3o e 4o ano ― contato com pacientes), Internato (5o e 6o ano ― conhecimento colocado em prática nas principais áreas médicas e apresentação de especialidades. São realizados plantões e a residência médica);
  • Exigência para atuar profissionalmente: ter inscrição válida no Conselho Regional de Medicina.

Disciplinas que se destacam em um curso de medicina

As disciplinas do curso de medicina objetivam formar o estudante para identificar as principais patologias que acometem a população, bem como a investigar as causas, evolução das doenças e, principalmente, a tratá-las.

Por meio de aulas práticas e teóricas, os alunos têm um contato mais próximo com a medicina diagnóstica e todos os seus conceitos.

Entre as principais disciplinas, algumas se destacam:

  • Anatomia: baseada no estudo das estruturas e os sistemas do organismo humano, assim como os seus órgãos. Para aplicar o conhecimento na prática, a instituição deve contar com uma estrutura física equipada, com modernos laboratórios, a fim de abrigar as peças estudadas;
  • Histologia: estuda os tecidos corporais e suas funções faz parte dessa disciplina. Nas aulas teóricas, o aluno aprende com detalhes as características e as funções de cada tecido e de suas células, assim como em que locais do corpo humano eles se encontram;
  • Fisiologia: a Fisiologia é a matéria em que o aluno aprenderá como ocorre o funcionamento do corpo humano:  quais são as reações e os estímulos para que determinadas ações e atividades aconteçam. Em cada sistema há funções particulares para garantir o bom funcionamento do organismo como um todo;
  • Ginecologia e Obstetrícia:esta é a área que cuida da saúde da mulher, voltada para o aparelho reprodutor feminino e para a saúde das mamas. Nela, o aluno estudará o funcionamento dos órgãos femininos, suas funções específicas e as principais doenças prevalentes. Já a Obstetrícia é o ramo da Medicina que acompanha as mulheres durante a gestação, no parto e no pós-parto;
  • Pediatria:  especialmente dedicada aos cuidados das crianças, a Pediatria promove o conhecimento de diversos aspectos do crescimento e desenvolvimento dos pequenos, as doenças mais prevalentes em cada idade, quais são as principais orientações para os pais em cada faixa etária e muitos outros aspectos relevantes no cuidado de crianças;
  • Clínica Médica: na Clínica Médica, o aluno estudará o funcionamento do corpo humano e as principais doenças que acometem os adultos, excluindo-se as doenças ginecológicas, obstétricas e cirúrgicas. Bastante ampla, a disciplina conta com outras áreas da clínica, como a cardiologia (estudo do coração), pneumologia (estudo do aparelho respiratório), reumatologia (estudo das doenças reumatológicas), hematologia (estudo do sangue) e infectologia (estudo das doenças infectocontagiosas), dentre várias outras;
  • Cirurgia: essa disciplina está inserida em diversas etapas da graduação. Entre elas, partes teóricas, voltadas para a cirurgia geral, e áreas cirúrgicas, como a urologia (estudo do aparelho excretor e reprodutor masculino), a cirurgia vascular e outras. Além disso, o aluno aprende as técnicas cirúrgicas básicas, como a sutura e os cuidados de paramentação, em um laboratório específico.

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Quantas horas um estudante de medicina estuda por dia?

Em média, o aluno deve estudar de 8h a 12 horas por dias na própria instituição e complementar essa carga horária em casa, organizando um check list de estudos, bem como organizando o reforço do aprendizado em sala de aula.

Como já abordamos anteriormente, um estudante de medicina deve ter equilíbrio emocional e senso de organização para que consiga cumprir todas as etapas da graduação. Por ser um curso intenso, é preciso dedicação integral ao aprendizado.

É possível estudar medicina e trabalhar ao mesmo tempo?

Geralmente, o aluno deve estudar em período integral, ou seja, não é possível cursar medicina e trabalhar ao mesmo tempo devido à carga horária do curso que exige atenção às aulas práticas e teóricas.

Se a intenção é conciliar os estudos em medicina com um trabalho, saiba que isso não será possível, especialmente nas faculdades particulares. Isto porque a carga horária é intensa e dividida com aulas práticas e teóricas.

Outra etapa que exige muito do estudante de medicina é a residência médica, uma especialização para o exercício profissional.

Muitas vezes, o que inviabiliza o estudante a seguir com a graduação são os altos custos exigidos pelas faculdades particulares que englobam alimentação, transporte, moradia e materiais de estudo.

Dificuldades do estudante de medicina

Além da dedicação integral aos estudos, o aluno não consegue manter um vínculo empregatício em uma empresa formal dada a intensidade do curso de medicina e a alta responsabilidade exigida durante a graduação.

Porém, os desafios começam já no vestibular, um dos mais concorridos em todo país. Antes mesmo de entrar na faculdade, o estudante de medicina precisa manter os estudos em dia e preparar-se para uma jornada intensa de provas.

Uma vez na graduação, o dia a dia continua com a mesma intensidade.

A residência também é um período bastante intenso e importante na formação médica. A escolha da área de atuação passa também na consideração do cenário atual, levando em conta os setores público e privado, bem como as condições para se trabalhar com a clínica geral.

É um bom momento para optar pela carreira médica?

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Certamente, a pandemia do novo coronavírus ficará marcada na vida de todas as pessoas do mundo inteiro, principalmente, para profissionais da área da saúde.

Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos, biomédicos, sejam quais forem os profissionais, a área da saúde teve alta na procura pelos estudantes do país.

Em algumas instituições de ensino superior do País, os processos seletivos registraram um crescimento de mais de 200% em cursos da área da Saúde, em relação a edições anteriores.

Ao passo que a pandemia tem aumentado a busca por cursos da área médica, as instituições de ensino também se viram obrigadas a reciclar o conteúdo programático para atender à demanda de atendimento desse novo contexto social pós-pandemia.

Assim como as instituições se viram obrigadas a atualizar a grade curricular, à medida em que novos exames foram ficando mais evidentes entre a população, como PCR, teste de antígeno, sorologia, IGG, IGC, houve também um aumento pela procura de determinados  procedimentos antes desconhecidos.

Assim, os estudantes de medicina – com o término da pandemia, deverão também se atualizar em relação aos exames e atendimentos a essa população pós-pandemia que criou o hábito de cuidar da saúde.

A saúde como pauta número um nos dias atuais

A pandemia trouxe para a sociedade uma demanda pela qualidade das instituições de saúde Brasil afora, seja particular ou pública. O colapso dos atendimentos evidenciou um gargalo que antes era sabido, porém, passava despercebido.

Com a chegada da Covid-19 que, infelizmente, vitimou mais de 500 mil vidas até o primeiro semestre de 2021, o setor da saúde tem sido alvo de intensas discussões, inclusive pelos sistemas econômico e político do país.

Aspectos que antes não tinham demanda, passaram a ser prioridade na vida das pessoas, entre eles, a saúde mental e psicológica da população no enfrentamento da pandemia e das medidas de contenção da transmissão do vírus entre as pessoas.

Os médicos e demais profissionais da saúde foram afetados de maneira direta durante a pandemia.

Os que atuam em clínicas particulares viram suas receitas diminuírem drasticamente com o cancelamento de consultas por medo de contaminação com o vírus entre os pacientes.

Já os profissionais que atuam diretamente na linha de frente da Covid-19 estão expostos diariamente ao contágio e, consequentemente, passaram a se ausentar por mais vezes dos postos de trabalho.

Esses profissionais sofrem o impacto direto no quesito financeiro e psicológico com perdas significativas das suas rendas mensais.

Conclusão

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Agora que você já conhece a rotina intensa dos estudantes de medicina, vale ressaltar que este é um profissional que tem o dom e a vocação de cuidar das pessoas e trabalhar incansavelmente na busca de um tratamento eficaz.

Olhar para os seus pacientes além da patologia, responder às dúvidas de forma clara e humana e se colocar no lugar do próximo, são características que fazem parte da rotina diária desses profissionais.

Muitas vezes, eles podem contar com o auxílio da tecnologia, tão avançada atualmente, entretanto, o olhar para o outro é o que torna essa profissão tão importante e encantadora. De forma geral, o amor ao próximo, em grande maioria, é a essência do ser médico.

Se você gostou do conteúdo apresentado, continue nos acompanhando para ficar por dentro de todos os assuntos que envolvem a área médica!

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