Residência médica: como funciona a especialização médica no Brasil

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Sabemos que tornar-se um bom profissional em medicina, com residência médica, exige responsabilidade, comprometimento e principalmente, suar muito a camisa.

Desde a época do vestibular, com certeza é exercida uma pressão gigante sobre o estudante. E a quantidade de estudos envolvidos, sem dúvida alguma não é modesta.

Se você acha que tudo isso acaba com o seu ingresso na faculdade, está muito enganado!

A todo o momento surgem atualizações neste mercado, que qualificam o diagnóstico, prevenção e tratamento de diferentes doenças.

Em 2021, com a emergência da pandemia Coronavírus, podemos afirmar que acompanhamos a criação da vacina mais rápida do mundo.

Ou seja, a evolução da medicina traz com ela a necessidade de médicos capacitados e atualizados, prontos para atender as recentes necessidades da população.

Estas habilidades mencionadas não são desenvolvidas da noite para o dia. A forma mais eficiente de adquiri-las é mergulhando de cabeça na residência médica.

Mas calma aí, o que é e como funciona a residência?

Não se preocupe, temos as melhores respostas para todas as suas dúvidas.

O que é a residência médica?

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A residência médica é uma pós-graduação lato sensu, considerada hoje o “padrão ouro” para os graduandos.

Como assim?

Bom, você já deve estar ciente que a faculdade de medicina tem a duração de 6 anos.

Porém, mesmo com seu diploma em mãos, somente estará apto a exercer sua função de fato a partir do registro do Conselho Regional de Medicina, ou CRM. Lembrando que esta documentação deve ser registrada no estado onde foi concluído o curso.

Ao se ater somente à obtenção deste registro, o médico poderá atuar exclusivamente como generalista, exercendo funções básicas, como realização de diagnósticos, prescrição de tratamentos e interpretação de exames mais simples.

O que no cenário atual, demonstra estar em grande desvantagem.Tema polêmico, pois os médicos generalistas atuam na grande maioria em postos de saúde. O salário é maior em algumas regiões que as dos especialistas.

Do total de profissionais da medicina no Brasil em 2021, 62,5% dos médicos possuem um ou mais títulos de especialista, enquanto 37,5% não possuem título algum.

Por isso, você pode escolher entre as modalidades lato sensu e stricto sensu.

Os cursos stricto sensu possuem uma ênfase teórica, caracterizados por um modelo de educação restrita ou específica. Tais como mestrado e doutorado.

Já cursos lato sensu possuem uma ênfase teórico-prática, caracterizados pela educação completa e ampla. Estes são divididos em MBA (para áreas que envolvem gestão e administração) e residência (particular para a área da saúde).

Dentre estas especialidades, a residência destaca-se como a maneira mais eficiente de preparação para a vida profissional, emergindo os universitários diretamente em sua área de atuação.

Em termos técnicos, residência médica é um ensino instituído em 1977, sob o Decreto 80.281. As aulas são 80% práticas e 20% teóricas baseadas na ética e alta qualificação, ministradas em instituições de pesquisa, universidades, hospitais ou hospitais-escola.

E para que serve a residência médica? É isso que você vai saber a seguir.

Para que serve a residência médica?

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Citando a fala de Maria Alice Garcia, professora do Departamento de Medicina Social e Preventiva da PUC-Campinas, a aproximação ao cotidiano que a residência médica fornece, é “O que permite tornar a educação significativa. Através da vivência de situações, objetiva-se conjugar o processo indutivo de conhecimento ao processo dedutivo.”

Ou em outras palavras, relacionar a prática com a teoria é a chave para uma educação qualificada.

É exatamente este o propósito da residência médica.

Ela serve para que o médico crie seu próprio retrato profissional humanizado, baseando-se nas experiências vividas na especialização, e por consequência facilitando sua entrada no mercado de trabalho.

Este objetivo é alcançado através da metodologia de clínica ampliada.

E como funciona essa metodologia?

A definição é bem literal. Os alunos trabalharão em um modelo clínico, que traz com ele uma revisão assistencial.

Portanto, todas as atividades serão ministradas por um preceptor ou revisor, que terá um importante papel na delegação de instruções e tarefas, sendo uma referência de conhecimento e auxílio assistencial durante todo o processo.

Sendo assim, a residência médica é como se fosse uma ponte que liga tudo o que você aprendeu na faculdade, com o que acontece no dia a dia de um médico. Favorecendo a aquisição de novas habilidades e o aperfeiçoamento de tudo aquilo que foi estudado.

Matricular-se neste programa lhe oferece a oportunidade de ter acesso a estratégias exclusivas, que não podem ser aprendidas em nenhum outro lugar.

Como a abordagem familiar, por exemplo.

Isso porque você estabelecerá sua própria relação médico-paciente de forma dinâmica, aprendendo sobre o funcionamento e as diferentes formas de lidar com a comunidade, preparando-se para sua atuação de forma concreta como profissional da área da saúde.

E o que este método lhe trará de diferencial? Vamos descobrir agora!

Qual a importância de fazer residência médica para o profissional?

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A residência médica é fundamental, pois tem o poder de capacitar o profissional lhe agregando valores interpessoais, experiência no seu ramo de trabalho e ainda por cima um novo título, que fará seu currículo se destacar da concorrência.

Fora que a especialização trará um novo horizonte para a sua carreira e manterá você atualizado no mercado através do networking.

A partir de novas práticas, o desenvolvimento de Soft e Hard Skills virá de brinde.

Na medicina, especialmente em 2021, essas habilidades são primordiais.

As Soft Skills irão refinar seu atendimento, facilitando a comunicação, tornando sua postura mais empática e resiliente, assim conferindo humanização ao seu tratamento.

Afinal, quando vamos escolher um médico, não é isso que procuramos?

Pois é! Além disso, você desenvolverá as Hard Skills, que permitirão a realização de um trabalho completo e de qualidade, conferindo confiabilidade aos pacientes na hora de te escolher como médico.

Sem contar que centrar seus estudos em uma especialidade duplicarão suas oportunidades na área. Você estará apto a atender uma nova população de pacientes que não conseguiram se tratar com o clínico geral.

Por consequência, poder performar diferentes procedimentos irão aumentar também o seu salário. Para se ter uma ideia, o médico especialista no Brasil ganha até 65% a mais do que os médicos generalistas!

Assim, independentemente da sua área de atuação, o sucesso vem garantido. Você estará competitivo, bem classificado e emocionalmente inteligente, garantindo a satisfação de todos os seus pacientes.

Muito bacana! Mas se estas vantagens não forem o que eu estou buscando para mim?

O médico é obrigado a fazer residência médica?

Não! Assim como outras pós-graduações stricto sensu (teóricas), as da modalidade lato sensu (teórico-práticas) também não são obrigatórias.

Fazer uma residência médica é uma preferência intrinsecamente sua.

Na hora de analisar sua decisão, leve em conta que este período de experiência, na prática é requisito para algumas clínicas privadas e concursos públicos.

Para te dar uma mãozinha, iremos te explicar a seguir em detalhes como funciona o programa de residência no nosso país.

Como funciona a residência médica no Brasil?

residencia medica equipamento

Quem escolhe buscar o sonho de ser um médico, tem plena ciência de que não é fácil.

O candidato é colocado à prova de todas as maneiras possíveis durante esta jornada.

Seria de se estranhar caso o ingresso na residência médica fosse diferente, não é mesmo?

Sabendo disso, separamos neste tópico todas as respostas para os seus possíveis questionamentos.

O que é a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM)?

Iniciemos com o básico. A Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), foi criada a partir do mesmo decreto citado anteriormente, o Decreto 80.281, sendo ela a responsável pela regulamentação legal dos programas de residência médica.

A CNRM credencia e avalia os programas a cada cinco anos, observando a sua estrutura, corpo docente e qualidade do programa, além de verificar se estão sendo oferecidas condições adequadas para alimentação, moradia, repouso e higiene pessoal.

Algumas medidas realizadas pela CNRM são: garantir que as residências correspondam com os princípios estabelecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e Ministério da Educação (MEC), propor alterações que qualifiquem e façam expandir os cursos de residência a níveis educacionais, registrar certificados de validade nacional, entre outros.

Isso significa que para obter seu título de especialista, se faz necessário a residência médica completa reconhecida por este órgão.

Porém, vamos com calma! Antes de comemorar essa vitória, você precisará passar pelo processo seletivo referente ao ingresso no programa, composto por algumas provas.

Provas para ingresso no programa de residência médica

O processo seletivo para o ingresso no programa de residência médica é segmentado em três fases.

Sendo a primeira de provas, a segunda uma análise curricular, e em conclusão uma entrevista para finalizar.

Se você passar pelas três etapas, aí poderá celebrar sua primeira conquista.

Portanto, segundo a resolução do CNRM nº 02/2006, algumas especialidades podem ter acesso direto, enquanto outras precisam do preenchimento de pré-requisitos.

Nenhuma delas isenta a sua participação no processo seletivo.

Caso escolha uma especialidade com pré-requisitos, significa que você precisará de um título prévio de pós-graduação antes de se candidatar.

Por exemplo, para fazer residência em nefrologia, é pré-requisito ser especialista em clínica médica.

Já para as disciplinas de acesso direto, você não precisará de nenhuma especialidade prévia.

Clique aqui e veja quais são os requisitos para cada especialidade.

Agora que você está a par do que será necessário, vamos explicar cada etapa do processo de seleção. Anota aí!

Para a realização das provas, é cobrado um preço de R$500,00 podendo chegar a mais de R$1.000,00 de acordo com cada instituição.

As avaliações são divididas em uma teórica e outra de múltipla escolha.

Nestas provas são cobradas questões de Clínica Médica, Clínica Cirúrgica, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria e Medicina Social. Sendo que a prova teórica tem maior peso sobre a nota final.

Passando as provas, será feita a análise curricular. A banca de examinadores avaliará suas experiências acadêmicas, por isso é muito mais interessante você investir em projetos científicos na faculdade do que na parte profissional.

Correndo tudo certo, você chegará enfim na entrevista. Esta servirá mais como uma formalização, onde você baterá um papo sobre suas competências com o recrutador.

Pronto! Agora você está pronto(a) para entender maiores detalhes como funciona o dia a dia de um residente.

Vamos lá?

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Rotina de trabalho e carga horária

A rotina de trabalho da residência médica é um tanto quanto intensa.

De acordo com a legislação, a carga horária máxima é de 60 horas semanais, com direito a descanso de 1 dia por semana, mas na prática a carga horária costuma ser em torno de 100 horas semanais

A cada ano, os residentes têm direito a 30 dias de férias, de preferência consecutivos.

Porém, estes períodos podem variar de acordo com cada instituição, respeitando é claro o que é estabelecido por lei.

Tempo de duração da residência médica

A residência médica tem a duração média de 2 a 5 anos, dependendo da disciplina. Por exemplo, a alergologia dura 2 anos, enquanto a neurocirurgia dura 5.

Qual é o valor da bolsa (salário) de um residente?

Os programas de residência médica oferecem uma bolsa-auxílio (salário) no preço de R$ 3.330,43, financiada pelo Ministério da Educação (MEC).

Pode fazer residência e dar plantão?

Sim. Inclusive os estudantes terão que fazer plantão durante a residência.

A duração dele é de no mínimo 12 horas e no máximo 24, estando incluído no número limite de horas semanais.

Sendo que depois da vigília, os residentes devem ter um descanso de 6 horas.

Pode fazer duas residências médicas ao mesmo tempo?

É permitido a realização de duas residências médicas ao mesmo tempo, desde que você consiga conciliar as suas exigências e horários para cada curso.

Pode ser algo que parece impossível, mas com planejamento e organização, dá para fazer sim!

É possível trabalhar e fazer residência médica?

Não existem leis que exijam dedicação exclusiva à residência médica.

Tanto na mesma instituição que você estuda, como em outra, o médico tem permissão para trabalhar e estudar.

Todavia, a mesma coisa que explicamos na pergunta anterior se repete para este caso. Para que isso seja possível, o médico precisará de um bom agendamento para não haja confusão de horários.

Quais são as atribuições do residente?

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As principais atribuições do médico residente são: acompanhar os pacientes de seu setor em internação, substituir eventuais médicos da equipe que venham a faltar, tomar frente aos casos de urgência daquela especialidade, fazer atendimentos nos ambulatórios sob supervisão e participar dos plantões da instituição.

Quais são as especialidades de residência médica no Brasil em 2021?

Em 2021 estão disponíveis 55 especialidades para residência médica e 59 áreas de atuação!

Dê um clique para conhecer cada uma delas.

Separamos entre elas quais são as mais e menos concorridas.

Quais as mais procuradas?

As especialidades mais procuradas são: Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral, e por fim, Ginecologia e Obstetrícia.

E as menos procuradas?

Entre as menos procuradas, encontram-se: Medicina Esportiva, Medicina Legal e Perícia Médica, Cirurgia de Mão, Radioterapia e Genética Médica.

Como se preparar para ingressar na residência médica?

A preparação para o ingresso na residência médica não tem segredo.

Antes de iniciar seus estudos sobre o conteúdo, comece estudando os editais. Estes são os disponíveis para 2022.

Assim você evita cometer possíveis deslizes ao escolher o curso que mais combina com os seus objetivos.

Planeje-se financeiramente e aprenda sobre as diferentes instituições, pois afinal, o curso ideal pode não estar pertinho de onde você mora! Entre as instituições mais procuradas, estão USP, UFSC, UNIFESP e o Hospital Albert Einstein.

Fora isso, escolha a especialidade em que você mais se identifica. Veja qual curso faz seu coração bater mais forte e que te fará feliz a longo prazo, pois esta é uma escolha muito pessoal!

E não vá esquecer de checar se você preenche os requisitos para cursar sua graduação dos sonhos, hein?

Com tudo isso definido, chegou a hora de colocar a cara nos livros! Estabeleça seu plano de estudos, e verifique a possibilidade de fazer um curso preparatório ou adquirir novos materiais.

Além disso, vale a pena preparar seu currículo e manter tudo em ordem para quando chegar a hora da entrevista.

Para finalizar, uma ótima dica é conferir os conteúdos da própria Synaxis para mais sugestões construtivas.

Conclusão

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Cursar uma residência médica é enfrentar uma montanha-russa de desafios.

Mas no final, a gratificação de poder ajudar seus pacientes e ser reconhecido como um bom profissional, com certeza não tem preço.

Imagine quanta satisfação pessoal, segurança financeira e qualidade de vida você poderá ter investindo em seu futuro!

Além de se tornar parte do “padrão ouro” brasileiro.

Informe-se e faça isso acontecer agora mesmo. A Synaxis se dispõe a ser seu braço direito nessa jornada.

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